A Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o Projeto de Lei 1990/2024, que propõe a criação da Política Nacional para a Recuperação da Vegetação da Caatinga. O bioma, único exclusivamente brasileiro, sofre com as secas intensas e com os efeitos da emergência climática.
A proposta, que nasceu e já foi aprovada no Senado, prevê incentivos à restauração, participação de comunidades locais, capacitação de trabalhadores e criação de um programa nacional voltado ao tema. Uma emenda do deputado Pedro Campos (PE-PSB), também foi aprovada, autorizando a criação do Fundo da Caatinga, que deve financiar ações de combate ao desmatamento e ao avanço da seca.
Com quase 11% do território brasileiro, a Caatinga enfrenta secas cada vez mais frequentes e impactos sociais severos. Segundo o Instituto Escolhas, que deu apoio técnico na formulação do Projeto de Lei, a recuperação da vegetação pode gerar até 465 mil empregos, produzir 7 milhões de toneladas de alimentos e capturar mais de 700 milhões de toneladas de carbono da atmosfera.
Após aprovação na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável com emenda, o PL agora segue para a CCJ – a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, antes de retornar ao Senado, se houver modificação, ou à sanção.
Leia também 321u5e

Caatinga possui quase duas vezes mais espécies por área que Amazônia 2k5gx
Lista atualizada de plantas com flores das florestas e bosques sazonais da Caatinga registra 3.347 espécies, 962 gêneros e 153 famílias, com 15% de endemismo →

Até 2060, 40% da biodiversidade da Caatinga pode ser afetada pela mudança climática 2k6p3s
O clima do futuro na região deve ser ainda mais quente e seco, tornando-se mais difícil e impactante para as árvores, que devem ser substituídas por vegetação de baixo porte, especialmente gramíneas →

Caatinga pode ser severamente impactada por mudanças climáticas 502m2h
Embora tenham evoluído para viver em uma clima seco, espécies do bioma e outros ecossistemas abertos não estão preparadas para as mudanças projetadas →