Desde dezembro do ano ado, a apresentadora e influenciadora Nicole Bahls vinha exibindo em suas redes sociais – que possuem mais de 21 milhões de seguidores – dois filhotes de macaco-prego que havia ganhado de presente do namorado. As imagens chamaram atenção e renderam à influenciadora uma visita da Polícia Federal e do Ibama para verificar a documentação que comprova a legalidade dos animais. Para surpresa da própria Nicole, os documentos eram falsos. Os dois macacos foram então apreendidos pelo Ibama, que os conduziu a um centro de reabilitação para que possam futuramente voltar à natureza.
A apresentadora mantinha os animais no seu sítio, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Depois do ocorrido, a influenciadora usou seu perfil no Instagram para fazer uma série de “stories” (vídeos com duração de apenas 24 horas) no qual conta o que aconteceu e se mostra sensibilizada pela necessidade de conscientizar as pessoas sobre os impactos do tráfico de animais silvestres. Além disso, apagou todas as imagens que tinha no seu perfil junto aos dois macacos, batizados de Mical e Davi.
“A gente que está na mídia a gente posta um macaquinho e acaba influenciando milhares de pessoas a comprar um macaquinho como se fosse um animal pet”, pondera. “E hoje mesmo tendo condição de ter um outro macaquinho legalizado, poderia comprar, eu não queria ser exemplo para incentivar ninguém a comprar animal silvestre. Tive essa experiência, tomei conhecimento de muita coisa que acontece, da luta do pessoal do Ibama junto com a Polícia Federal. Então do fundo do coração, não comprem macaquinhos, não comprem animais silvestres”, finaliza a apresentadora nos stories.
“Ontem teve uma operação aqui em casa, veio a Polícia Federal e o Ibama, para ver os documentos dos meus macaquinhos, o Mikal e o Davi. Eu sempre tive o sonho de ter os macaquinhos. E nós acabamos descobrindo que os documentos eram falsificados. E agora o Ibama vai fazer um trabalho de reabilitação para eles voltarem pro habitat natural deles, para natureza, eu vou colaborar para que isso aconteça da melhor forma possível”.
No Brasil, de acordo com a lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/1998) o tráfico e o comércio de animais silvestres sem autorização são íveis de pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa.
Macaco não é pet 5qz4x
Há tempos que especialistas da Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) mobilizam a campanha “Macaco não é PET” para tentar conscientizar as pessoas sobre os riscos envolvidos ao trazer os macacos – mesmo que de origem legalizada – para dentro de casa. De acordo com os primatólogos, “todos os macacos brasileiros vivem em grupos sociais e quando não convivem com macacos da mesma espécie, como é o caso de muitos animais cativos, acabam desenvolvendo doenças crônicas graves como o que ocorre com os seres humanos em altos níveis de stress, ansiedade, e depressão”.
Os pesquisadores alertam ainda que para serem vendidos, filhotes são separados de suas mães quando ainda são dependentes. E que, no caso do tráfico, as mães frequentemente são mortas, como a própria apresentadora Nicole Bahls aprendeu com os agentes do Ibama durante a operação. Além disso, podem transmitir ou contrair doenças de humanos e estimulam o tráfico de animais silvestres. Entre os primatas, as espécies mais comercializadas são os saguis e os macacos-pregos.
Saiba mais na cartilha “Macaco não é pet”, elaborada pela SBPr.
Leia também 321u5e

O falso herói dos mares: por que o GNL ameaça os oceanos e o futuro do Brasil? b1j24
O Brasil tem demonstrado interesse em investir em navios movidos a gás natural liquefeito, o que contraria as projeções alinhadas com o Acordo de Paris →

Deputado do PL é novo relator do Projeto de Lei do Licenciamento 3d5s57
O ruralista Zé Vitor, que relatará a proposta no Plenário, votou a favor da primeira versão do PL que ou na Câmara e em de outras 4 propostas que flexibilizam o meio ambiente →

Declínio de animais dispersores de sementes dificulta combate às mudanças climáticas 6f3b45
Equipe internacional de pesquisadores faz alerta global para necessidade de incluir frugívoros nas estratégias de conservação, recuperação florestal e mitigação das alterações do clima →